Magnavox Odyssey


O Odyssey 100 foi o primeiro de uma série de videogames da Magnavox. Lançado em 1972 e tinha somente dois jogos: Tennis e Hockey. Os únicos videogames originais da série Odyssey foram o Odyssey (também chamado de Brown Box) e Odyssey.




Como o primeiro console doméstico de todos os tempos, o Odyssey trouxe para o conforto das salas de estar a diversão que antes só era jogada por nerds cientistas de grandes laboratórios. O console vinha com 12 jogos divertidos o suficiente para a época, sendo a maioria deles de esportes. O console vinha com duas entradas para controles, um entrada para “cartucho” e uma entrada especial para periféricos, em especial a light gun Shooting Gallery.


A Shooting Gallery foi a primeira light gun a ser comercializada de todos os tempos. Apesar da novidade, a falta de jogos aliada a pouca capacidade gráfica e incapacidade do Odyssey de marcar e armazenar os scores, fez com que a Shooting Gallery fosse um acessório dispensável – resultado: vendeu só 20,000 unidades.


Ralph Baer
Ralph Baer é amplamente reconhecido como o "pai dos videogames", graças ao seu pioneiro trabalho na década de 1960 no dispositivo que se tornaria o Magnavox Odyssey, o primeiro videogame caseiro do mundo. 
Ralph H. Baer nasceu em 08 de março de 1922, filho de pais judeus, na cidade de Pirmasens, no sudoeste da Alemanha. Essa, sem dúvida, não foi uma boa época para uma criança judia crescer na Alemanha.
Em 1933, Baer foi expulso de sua escola, não porque ele era um encrenqueiro ou de um mau aluno, mas simplesmente porque ele era judeu. Ele foi forçado a ir para uma nova escola, onde todos eram judeus. Era evidente que a Alemanha estava rapidamente se tornando um lugar perigoso para as pessoas de sua etnia/religião morarem, então, em 1938 (apenas dois meses antes da terrível Noite dos Cristais),  Baer fugiu para a Holanda, e em seguida para os Estados Unidos. 
Depois de seguro na América, não demorou muito para ele começar a trabalhar no campo da eletrônica, graduando-se como técnico de rádio do National Radio Institute em 1940. Nos três anos seguintes, ele dirigiu uma loja em Nova York, que consertava, além de rádios, sistemas alto falantes televisões.

A Segunda Guerra Mundial interrompeu seu empreendimento, quando em 1943 Baer foi convocado pelo Exército Americano. Ele trabalhou serviço de inteligência, onde primeiramente escreveu documentos de treinamento para as tropas aliadas (como identificar uniformes alemães, o funcionamento das armas alemãs, etc), e mais tarde foi enviado ao quartel do General Eisenhower. 
Soldado R. Baer

Se não fosse por uma doença, no entanto, as coisas poderiam ter sido muito diferentes. Em maio de 1944, Baer foi separado da sua unidade, por uma confusão burocrática, e foi designado, ao lado de alguns soldados da reserva, para a invasão da Normandia. Durante o treinamento, no entanto, Baer contraiu pneumonia, e foi enviado para um hospital militar, onde, de cama, ele completou um curso de álgebra por correspondência.
Dentro de algumas semanas a sua antiga unidade de inteligência o encontro e ele novamente se juntou a eles. Foi somente mais tarde que Baer soube que a tropa com a qual ele treinou, fez parte dos desembarques do Dia-D. 

Durante a guerra, Baer não se transformou de um perito em rádios ou comunicações, como seria de esperar dada a sua formação, mas sim em armas pequenas (pistolas, rifles, metralhadoras, etc). Quando a guerra acabou, Baer conseguiu levar 18 toneladas de armamento inimigo e aliado não-americano aos Estados Unidos, com o qual ele fez várias exposições, com o consentimento do exército.
Em 1949, ele se graduou no American Television Institute of Technology, como um dos primeiros Bacharéis em Ciência em Engenharia de Televisão do mundo.

Com a ideia de desenvolver um aparelho capaz de trazer interatividade às companhias de televisão à cabo dos Estados Unidos, Ralph Baer dedicou as suas horas vagas do dia ao desenvolvimento de um protótipo conhecido como Brown Box. A princípio a ideia não passou de mais um projeto de fundo de quintal, desenvolvido aqui e acolá.



Algum tempo depois e algumas parcerias, Baer demonstrara um jogo de ping pong totalmente funcional em 1967 e a partir daí o projeto decolou. Várias demonstrações públicas seguiram-se a essa última e Baer, juntamente com Bill Rusch e Bill Harrison trabalharam em uma pistola e em 3 jogos (vôlei, futebol e tiro). Com fundos suficientes para o desenvolvimento do projeto, Baer finalmente decidira apresenta-lo a empresas como RCA, GE, Zenith, Sylvania e Magnavox.
Após um acordo fechado e cancelado com a RCA, finalmente em março de 1971 Baer e sua equipe fecharam um contrato de licença de produção do Brown Box com a Magnavox, da holandesa Philips.



Não demorou para que, no outono de 1972, o primeiro console doméstico de todos os tempos fosse lançado com o nome de Magnavox Odyssey. Em pouco mais de 6 meses o vídeo game vendeu cerca de 100 mil unidades, se tornando um grande sucesso em todo o mundo.


Com 4 jogos de fábrica, os gamers pioneiros tinham motivos suficiente para passar horas e mais horas em frente a televisão com os controles super ergonômicos do Odyssey. Se achassem pouco, outros 12 jogos poderiam ser comprados em “cartuchos”, que na realidade não eram cartuchos e sim placas de circuito que apenas alteravam a forma como a corrente elétrica passava na placa do aparelho. A jogatina poderia se tornar ainda mais divertida com a light gun Shooting Gallery.

Apesar do pioneirismo, o Odyssey apresentava muitas falhas até mesmo para a época. O console tinha uma ineficiência incrível em reproduzir sons considerados simples. A incapacidade de processamento dos polígonos fez com que os jogos não tivessem cenários – para corrigir tal problema, os jogos vinham acompanhados de uma espécie de papel filme que podia ser colocado nas telas das TVs para simular algum cenário ou para dar cores aos jogos. O Odyssey também pecava por só funcionar nos aparelhos de TV da Magnavox. Essa limitação associada as fraquíssimas investidas publicitárias e de marketing do console fizeram com que o primeiro vídeo game de todos os tempos só vendesse algo em torno de 300.000 unidades.

Com o tempo, o ritmo de vendas do Odyssey caiu bastante devido tanto aos problemas do próprio aparelho, quanto de marketing e logística da Magnavox. Para se ter ideia de como as coisas funcionavam antigamente, o vídeo game só funcionava em televisores da Magnavox! Ou seja, a máxima de criar uma máquina de baixo custo para rodar jogos eletrônicos adotada por Baer no começo do desenvolvimento do Brown Box foi por água abaixo.

Nohan Bushnell fundador da Atari
Como se não bastasse, Ralph Baer ainda se envolveu em inúmeros processos judiciais de infrigimento de patente de Nohan Bushnell e a acusação da Nintendo de que Tennis for Two de William Higinbotham foi o primeiro game de todos os tempos, e não o Spacewar! de Baer. Baer contornou o primeiro deles copiando de forma descarada o grande sucesso de Bushnell, PONG, para as versões seguintes do Odyssey, numa tentativa frustrante de dar sobrevida ao console. O segundo caso a Nintendo perdeu, pois o Tennis for Two não utilizava sinais de vídeo, logo não os manipulava, e portanto não poderia ser considerado como um vídeo game.

Ruindades e controvérsias a parte, o Odyssey contou com 28 jogos ao todo, 330.000 unidades vendidas e algum dinheiro aos bolsos da Magnavox e de Ralph Baer. O console ganhou inúmeras outras versões até 1977, quando foi lançado o último Odyssey, conhecido por Odyssey 2100. Apesar de ter sido o primeiro vídeo game doméstico de todos os tempos, o Odyssey não empolgou tanto quanto deveria.


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